A 79ª Copa Los Andes, o Campeonato Sul-Americano de Golfe por Equipes, disputada de quarta-feira a sábado, 30 de julho a 2 de agosto, no Guayaquil Country Club, no Equador, mostrou a força do golfe masculino do Brasil, que foi do rebaixamento em 2023, ao vice-campeonato neste seu retorno, em 2025, só perdendo para a Colômbia, a campeã invicta, com 100% de aproveitamento. Já o time feminino, que almejava um quinto lugar ou melhor, jogou aquém do esperado e teve que se contentar com a oitava e penúltima colocação no torneio vencido pelo Peru.
O time masculino do Brasil havia sido rebaixado anteriormente em 2016, em Lima, quando, por causa das chuvas, a Los Andes foi reduzida para apenas um confronto de duplas e três individuais, jogados em sequência, em vez de dois de duplas pela manhã e quatro individuais à tarde, o que permite o revezamento entre os cinco integrantes da equipe. Mas, após um ano fora da disputa, o Brasil voltou em 2018 como campeão, ao derrotar a Argentina nos critérios de desempate. Curiosamente, nesse retorno, o Brasil jogou sem um capitão e, ainda assim, tornou-se o primeiro país da história da Los Andes a voltar do rebaixamento com um título.
Faltou pouco – Esperava-se que o mesmo pudesse ocorrer este ano, mas a derrota para a Colômbia, por 3 x 9, no segundo dia, acabou sendo decisiva. O Brasil perdeu os dois jogos da manhã, por 2 up, e não conseguiu reagir à tarde, vencendo apenas um jogo individual e empatando outro. O Brasil derrotou todos os demais adversários, mas não bastou para barrar a Colômbia, que ganhou seus oito confrontos para comemorar sua volta ao pódio, depois de seis anos. Nas quatro últimas edições, todas vencidas pela Argentina, a Colômbia foi três vezes vice (2021, 2023 e 2024) e ficou uma em terceiro (2022).
Apesar de o Brasil jogar com dois dos três melhores golfistas do continente, Andrey Xavier e Herik Machado, os melhores desempenhos estatísticos foram de Matheus Balestrin e Gui Grinberg, que jogaram juntos em uma das duplas todos os dias e ganharam quatro, empataram duas e perderam duas. Gui foi quem mais marcou pontos para o Brasil (20), seguido de Matheus (19), Andrey (18) e Herik (16). Gui venceu 8, empatou 4 e perdeu 2 jogos (8-4-2), contra 8-3-1 de Matheus, 8-2-4 de Andrey e 7-2-5 de Herik.
Aproveitamento – Mas como Matheus ficou fora dos jogos individuais da tarde por duas vezes e entrou em apenas 12 dos 16 jogos possíveis, acabou tendo uma melhor porcentagem de aproveitamento (79,2%) do que os demais que participaram de 14 jogos: Gui (71,4%), Andrey (64,3%), Herik (57,1%). Quem jogou menos foi o estreante Matarazzo (4-3-3), que substituiu Andrey um dia e Herik em outro, na dupla de nossos mais fortes jogadores, e também entrou nos jogos individuais em três dos quatro dias. Seu aproveitamento foi de 55%. Veja tabela.
Estatísticas do Brasil no Guayaquil CC
A grande decepção da competição masculina foi a Argentina, que só venceu um jogo, contra o Equador, no último dia, para escapar da lanterninha e do rebaixamento, algo impensável para um time que tentava seu quinto título consecutivo na Los Andes. O Equador, o time da casa, se manteve na disputa pelo título até o final, mas perder seus dois últimos jogos, para a campeã Colômbia e para a Argentina.
Feminino – A boa surpresa da equipe feminina do Brasil foi Duda Rocha, que venceu 9 jogos e perdeu 5 (9-0-5), formando uma dupla fortíssima com a também estreante Maria Antônia Gavião, a Tota. Além de ser a jogadora com mais vitórias, Duda ganhou 18 dos 28 pontos que disputou, aproveitamento de 64,3% o melhor do time. Valentina Bosselmann, que jogou todos os dias em dupla com Lauren Grinberg e foi a única de toda a delegação brasileira a participar de todos os jogos (16), veio a seguir, com 8-1-7, 53,1% de aproveitamento.
Tota teve um aproveitamento um pouco maior, com 7-1-6, ganhando 53,6% dos pontos que disputou. Já Lauren venceu 5 jogos, mas perdeu 9 (5-0-9), com apenas 35% de aproveitamento. Maria Eugênia Perez, que ganhou a vaga ao vencer a seletiva brasileira, jogou pouco, seis vezes, vencendo um e perdendo cinco (1-0-5), aproveitamento de 16,7%. Vale ressaltar que essas estatísticas são apenas números, não levando em conta o sorteio dos golfistas na Los Andes, quando os capitães, muitas vezes, como tática, lançam o que seria o mais fraco de sua equipe contra o mais forte da outra, pensando em ganhos nos demais confrontos.
Campeã – A Argentina, que defendia o título ganho em casa no ano anterior, cedeu dois empates, um deles para o Brasil, e só perdeu um jogo, na rodada final, para a Colômbia, pondo fim ao sonho do bicampeonato. As argentinas terminaram em segundo, com 12 pontos, mesmo total de Colômbia. O título ficou para o Peru, sede da Los Andes de 2026, que só perdeu para a Argentina, e somou 14 pontos. Já o Equador, que jogava em casa, perdeu todos os jogos e foi rebaixado sem marcar um ponto sequer.
Os capitães do Brasil foram Pedro Garcia, no masculino, e Octávio Villar, o Fanta, no feminino. A equipe técnica teve ainda os treinadores Nelson Ribeiro e André Conolly, além da fisioterapeuta Rossana Quesa. Eudes de Orleans e Bragança, presidente da Confederação Brasileira de Golfe, chefiou a delegação.
Os campeões Colômbia e Peru em fotos da Federação Equatoriana de Golfe