Gui (acima) empate nas duplas e vitória no individual contra o forte time da cada. Vavá e Lau (abaixo) jogando juntas desde a estreia. Fotos: Federação Equatoriana de Golfe
Uma vitória apertada, pela contagem mínima de 7 x 5, contra o até então invicto time do Equador, em sua casa, manteve o Brasil com chances de ainda ser campeão da 79ª Copa Los Andes, o Campeonato Sul-Americano de Golfe por Equipes, que teve a terceira de suas quatro rodadas nesta sexta-feira, 1º de agosto, e termina neste sábado, 2, no Guayaquil Country Club. O time brasileiro feminino conseguiu sua primeira vitória, está em sétimo lugar e praticamente eliminou mais risco de ser rebaixado.
Os meninos do Brasil que também se impuseram, por 8 x 4, nesta sexta-feira, contra o Peru, chegam à rodada final empatados em segundo lugar com o Equador, com 10 pontos cada, atrás da Colômbia, única invicta da competição, que tem 12. Mas o Colômbia terá sua rodada mais difícil hoje, enfrentando o Equador, que depende de uma vitória para tentar ser campeão em casa, além de jogar simultaneamente contra a Argentina, ganhadora das quatro últimas Los Andes, que vem sendo a grande decepção do torneio, com um empate e cinco derrotas, e está em último lugar, precisando vencer para não ser rebaixada.
Fazendo contas – O Brasil enfrenta neste sábado Bolívia e Peru, que estão em quarto e quinto lugar no torneio, longe do título e do rebaixamento. Se vencer os dois jogos chega a 14 pontos e vai depender do Equador derrotar a Colômbia, para que essas duas equipes também somem 14 pontos num tríplice empate na primeira colocação. Neste caso, o desempate se daria pelo total de “Pontos Pequenos”, a soma dos buracos ganhos na competição, onde a Colômbia tem uma grande vantagem, difícil de ser revertida: 55 pontos, contra 46 do Equador e 44 do Brasil.
Desta forma, para o Brasil ser campeão pode ser necessário que a Colômbia, além de perder para o time da casa, ceda ao menos um empate para a Argentina, o que a derrubaria para o terceiro lugar, com Brasil e Equador empatados em primeiro. Neste caso, de empate entre apenas dois times, prevalece o confronto direto, o que daria o título ao Brasil, que passaria de time rebaixado em 2024 para campeão em 2025. E já fizemos isso antes.
Emoção até o final – A vitória decisiva que permitiu ao Brasil ainda sonhar com o título foi a sobre o Equador, quando cinco dos seis jogos do dia – suas duplas de tacadas alternadas e quatro individuais, tudo na modalidade match play – só foram decididos no buraco final. A novidade no Brasil foi Herik Machado cedendo seu lugar na dupla com Andrey Xavier para Dudu Matarazzo, que nos dois primeiros dias só havia jogado no individual. Dudu desta vez não jogou à tarde, com Herik voltando à equipe.
A dupla Dudu/Andrey se encaixou bem. Eles venceram o Equador e empataram com o Peru, enquanto a dupla Gui Grinberg/Matheus Balestrin, mantida desde o primeiro dia, empatava com o time da casa e vencia o Peru, deixando o Brasil em vantagem de 3 x 1 contra os dois times antes dos jogos da tarde. Nos individuais, Herik (1up) e Andrey (2 up) só venceram o Equador no 18, onde Gui perdeu por 1 up. Matheus, por 4 & 3, fez os dois pontos decisivos. Mas a vitória contra o Peru também não foi fácil. Herik e Matheus venceram por 1 up e Gui empatou. Andrey perdeu o último jogo do dia (3 & 1), quando o Brasil já tinha a vitória assegurada.
Feminino – O provérbio que diz que “o diabo mora nos detalhes” nunca foi tão verdadeira como para a equipe feminina do Brasil, que vem empatada em sétimo lugar, com uma vitória, dois empates e três derrotas, mas poderia estar entre as quatro primeiras, não fossem exatamente os detalhes. No segundo dia, o Brasil empatou (6 x 6) com a Argentina, campeã de 2024, e perdeu 8 x 4 para o Chile. Nos dois confrontos dois jogos foram para o 18 e o Brasil poderia ter vencido ambos.
Nesta sexta-feira, quando o Brasil conseguiu sua primeira vitória, por 10 x 2 contra o lanterninha Equador, mas perdeu por 7 x 5 para o Paraguai, novamente os detalhes foram contra o Brasil, que começou o dia perdendo as duas duplas (2 & 1) – Vavá Bosselman/ Lau Grinberg e Tota Gavião/Duda Rocha. Lau Grinberg descontou no primeiro jogo da tarde, deixando a adversária no buraco 13. Mas os três jogos seguintes foram até o buraco final, com Duda vencendo por 1 up, Vavá empatando depois que a adversária fez birdie no 18, e Maria Eugênia Peres perdendo por 1 up com duplo bogey o buraco final.
Decisão apertada – Peru e Argentina que lideram com 10 pontos decidem o título neste sábado. O Peru enfrenta o Brasil e o Uruguai. A Argentina tem Colômbia e o Equador. Mas Colômbia e Chile, empatados em terceiro, com 8 pontos, também podem ser campeões. Lembrando que o Peru venceu a Argentina no confronto direto e tem 57 pontos pequenos contra 46 da Argentina, e 40 de Colômbia e Chile, critério de desempate para três ou mais times empatados.
Os capitães do Brasil são Pedro Garcia, no masculino, e Octávio Villar, o Fanta, no feminino. A equipe técnica tem ainda os treinadores Nelson Ribeiro e André Conolly, além da fisioterapeuta Rossana Quesa. Eudes de Orleans e Bragança, presidente da Confederação Brasileira de Golfe, chefia a delegação.