Aberto do Estado de São Paulo: Marcos Negrini vence no playoff; Lauren Grinberg de virada
Daniel Celestino e Fernanda Lacaz foram os vice-campeões do torneio patrocinado pela Embrase
Padula entrega os troféus de campeões a Lauren Grinberg e Marcos Negrini, ao lado dos país, Jairo Grinberg e Benedito Negrini. No final de reportagem fotos dos pódios de todas as categorias. Fotos: Thais Pastor
Em duas finais emocionantes e de elevado nível técnico, os paulistas Marcos Negrini, que jogava em casa, e Lauren Grinberg, do Lago Azul, conquistaram os títulos do 68º Aberto do Estado de São Paulo, uma das mais antigas, tradicionais e importantes competições do golfe brasileiro, que começou na sexta-feira, 11 de agosto, e terminou neste domingo, 13, no Damha Golf Club, em São Carlos (SP). O torneio organizado pela Federação Paulista de Golfe (FPG), teve patrocínio da Embrase, e apoio do R&A, como evento válido para o Ranking Mundial Amador de Golfe (WAGR). Também apoiaram o evento a Confederação Brasileira de Golfe (CBG); o Damha GC e a Santa Emília/Honda, que ofereceu um Civic Touring 1.5 Turbo, no valor de R$ 125 mil para quem fizesse um hole-in-one, mas ninguém levou.
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Negrini e o paranaense Daniel Celestino, do Graciosa, de 16 anos, juvenil número 1 do Brasil, começaram o dia empatados em primeiro e duelaram o dia todo pelo título. Ambos começaram o domingo com dois bogeys cada, nos três primeiros buracos. Celestino passou à frente com um birdie no 7, mas Negrini voltou a virar o jogo com birdies no 8 e no 9, e chegou a abrir três de vantagem depois que o paranaense fez bogeys no 10 e 11. No tee do 14, Negrini ainda vencia por duas, mas fez bogeys no 16, com três putts, e no 17, onde errou o green de wedge na mão, e permitiu que o jogo fosse ao playoff.
Desempate – O desempate foi no buraco 9, de par 5, com o tiro para o green defendido por um grande lago. Após errar seu drives pela esquerda, Celestino tentou ir para o green com a segunda, mas sua bola voltou para a água. Negrini também errou o drive pela esquerda, mas colocou a segunda no começo do green. Celestino teve que bater a quarta quase do green do 18, com muita água na frente, e, apesar de um bom primeiro putt, não salvou o par. Negrini deixou o primeiro putt curto, errou o segundo por pouco e precisou apenas empurrar a bola para fazer par e comemorar o título.
“Muita gente falava que eu não ia ganhar em casa, por não estar jogando bem, mas mostrei que ainda tenho um pouquinho de golfe para mostrar”, desabafou Negrini, que foi comemorou efusivamente junto com os companheiros da equipes Inove Transformadores, de São Carlos, que patrocina o golfe de alto desempenho do Damha. “Também queria dar essa alegria para meu pai, já que hoje é o Dia dos Pais e ele merece muito, pois foi sempre que me incentivou a jogar golfe”. Negrini é conhecido como “Pezinho”, já que o apelido de seu pai, o mais antigo funcionário do Damha, é “Pezão”.
Dificuldade – Negrini venceu com 218 (72-72-74) tacadas, duas acima do par, mesmo total de Celestino (74-70-74), numa semana onde o campo se mostrou muito difícil, tanto pela colocação de algumas bandeiras, como pelos greens duros e rápidos, com velocidades acima de 12 pés no stimpmeter. “Eu podia ser “local player” nos fairways, mas nos greens eu estava na mesma situação dos demais, pois nunca jogamos com essa velocidade de greens e com essas bandeiras”, comentou Negrini, rebatendo o comentário que era o pai que havia dado um presente a ele, por ser o responsável pelo set up do campo, incluindo a escolha do local das bandeiras.
O gaúcho Herik Machado, o número 1 do Brasil, do Belém Novo, conhecido por nunca desistir e protagonizar viradas incríveis, desta vez teve que se contentar com o terceiro lugar. Ele começou o dia perdendo por cinco, se pôs em condições de lutar pelo título ao jogar duas abaixo de ida e, depois de fazer bogeys no 10 e no 11, voltar ao jogo com um eagle-3 no 12. Mas sua reação terminou no buraco 15, onde deu quatro putts de pouco mais de um metro de distância, para fazer duplo bogey. Herik terminou com 221 (73-76-72) tacadas, cinco acima, depois de fazer o melhor resultado do domingo.
Destaques – O coreano Jinbo Há, que joga no Terras de São José, e saiu no pelotão, duas atrás dos líderes, errou muito e caiu para quarto lugar, com 222 (75-71-76) tacadas, seis acima. Quem teve chances de lutar pelo título foi o carioca Daniel Kenji Ishii, do Itanhangá, que também começou duas tacadas atrás dos líderes. Ele reagiu a um duplo bogey no 12, de par 3, onde deu quatro putts, com birdies no 12 e 14, mas, nervoso, fechou a volta com dois duplos bogeys seguidos para ser apenas o quinto colocado com 224 (74-72-78)
Outro destaque do dia foi Fernando Augusto Silva, da Academia Golf Range Campinas, que jogou uma acima no domingo, segunda melhor resultado da rodada, atrás apenas do número 1 do Brasil, para terminar Top 10, em nono lugar, com 231 (78-80-73), empatado com Matheus Park, do Paradise (76-77-78). Os outros Top 10 foram Matheus Balestrin, do Belém Novo, sexto com 226 (81-71-74); Paulo Vitor Mattos , do Ipê, sétimo com 228 (81-70-77) e Pedro Nagayama , do São Fernando, oitavo com 231 (76-76-78).
Feminino – O torneio feminino também teve final emocionante, com Lauren Grinberg virando o jogo sobre Fernanda Lacaz, do São Fernando, que liderava desde o primeiro dia. Lauren jogou uma acima no domingo, a melhor volta do torneio, para igualar seu melhor resultado em muito tempo e vencer por duas de vantagem, com 236 (84-79-73) tacadas, vinte acima. Fernanda, de 15 anos, foi a vice-campeã com 238 (75-85-78).
Lauren empatou o jogo, que começou perdendo por três, ao marcar uma acima de ida (saíram pelo buraco 10), com um eagle, contra quatro acima de Fernanda. Lauren só passou à frente no buraco 3, seu 12º do dia, onde fez bogey, contra duplo bogey da adversária. Lauren selou a vitória com birdies seguidos no 8 e no 9, enquanto Fernanda fazia birdie no 9, para perdeu por duas.
Daniela Arantes, do São Fernando, que é a responsável pela preparação física de Fernanda, garantiu um lugar no pódio ao fazer o segundo melhor resultado feminino de domingo e somar 224 (82-86-76). Meidy Gama, do Gávea, que começou o dia em segundo, terminou em quarto com 245 (83-78-84), seguida por Vitoria Monteiro, de Japeri, com 163 (87-90-86).
Handicaps – Nas categorias masculinas com handicap, Celestino, venceu com 218 (74-70-74), no desempate com Marcos Park, do Paradise, (73-71-74). Na 8,6 a 14, venceu Denis Song, de Campinas, com 140 (71-69), seguido por Luiz Rosolen, de Avaré, com 143 (67-76) e por Wellington Aderaldo, de Itapeva, com 147 (68-78). Na 14,1 a 19,4, André Simão, do Damha, foi o campeão com 140 (72-68), seguido por Edir Silva, da Academia GolfRange Campinas, com 145 (73-72) e por João Migoto, do São Fernando, com 146 (68-78).
Na 19,5 a 25,7, Fabio Bressane, de Poços, ficou em primeiro com 148 (76-72), com Rafael Silva, do Quinta do Golfe, em segundo, com 150 (76-74), no desempate com Paulo César Gonçalves, de Avaré (70-80). Foram premiados ainda os melhores pré-seniores scratch: Joakim Thrane, do Clube de Campo, venceu com 240 (84-76-80), seguido por Ricardo Pinto, de São José, com 253 (83-79-91) e por Emerson Godinho, do Vista Verde, com 265 (91-85-89).
No feminino, Meidy Gama venceu na até 16, com 221 (75-70-76), seguida por Fernanda Lacaz, com 223 (70-80-73). E na 16,1 a 25,7, num pódio de juvenis, Isu Choi, de Campinas, venceu com 151 (73-78), seguida por Julia Vilas Boas, filiada à FPG, com 160 (73-87).
Premiação – Os prêmios foram entregues por Antônio Padula, presidente da Federação Paulista de Golfe; Carlos Gonzalez, o Carlão, presidente do Damha; e Ademir Mazon, vice-presidente da FPG, que prestigiou o torneio junto com muitos outros membros da diretoria da entidade. Padula agradeceu ao Damha pelo apoio em sediar o Aberto do Estado, que estava marcado para o São Fernando, que não pode receber o evento por estar em reforma.
Carlão retribuiu elogiando o grande staff mobilizado pela FPG para garantir a organização impecável do evento. Houve também agradecimento especial a Claudio Mesquita e Adrian Mackenzie árbitros Nível 3 aprovados pela Confederação Brasileira de Golfe, que atuaram ao lado de Mauro Batista, diretor executivo da FPG e também árbitro de golfe.
